quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ser de Luz X - Doce e Amarga Ilusão.

Na penumbra a mente determina que descanso a ela devo conceder. Cerro os olhos e aos poucos deixo o mundo tátil, entrego a minha lucidez a Morfeu. Um sonho bom atemporal alterna passagens futuras e pretéritas em explosões insanas.
Agora ela ganha uma nova conotação, longe de meus domínios, tudo mais forte que a minha vontade transforma- se em um sonho ruim. A única saída que me resta é retomar a minha consciência, o refúgio do despertar e deixá-la ali no mundo encantado dos desejos ocultos. Tudo muito confuso e indefinido entre realidade e fantasia, vontade e destino, doce encanto e gélido terror. Coloco até então tudo em um mesmo cântaro, as transformo em devaneios para eternizá-las como algo bom, pois apagar da memória por completo não posso e nem desejo.
Mas, às vezes, sou confrontado e obrigado a olhar para a dura realidade e ela mostra que a recordação é o mais puro vazio, a viagem insólita de uma mente deturpada em uma vã tentiva de fuga do inevitável.
Nesses momentos eu começo desejar a voltar ao terrível pesadelo, pois ali paira ainda o mundo do faz de conta e o despertar traria alívio à alma. Aqui, eu tenho que encará-la e aceitar que nada nunca existiu, só a patética imaginação de um louco. Ela tenta encarar-me, olhos nos olhos. Esquivo sempre que possível retardando o momento desta dor insuportável.

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