domingo, 19 de outubro de 2008

Um anjo chamado Carol.

Um dia estava almoçando próximo ao serviço, perto do final do ano, abatido e pensando em como o ano de 2007 havia sido um mal ano para mim, um ano conturbado.
Procurei achar momentos que diminuissem a minha amargura, mas quando estamos neste estado sempre encontramos ainda um sinal negativo. Nada dentro de nós parece erguer das mazelas para reverter um quadro tão sombrio.
Meu olhar estava em direção ao prato cheio de alimentos, mas o foco estava além e ela estava ali esfriando dentro de sua base branca.
Enquanto a auto-piedade se prosseguia apareceu uma menina apoiou seus bracinhos e repousou seu queixo sobre eles. Cumprimentou-me e anunciou seu nome, Carol, começou a conversar comigo sobre trivialidades e curiosidades que toda criança de quatro anos possui. Ela era uma graça, seus cabelinhos encaracoladinhos e seu jeitinho enrolado de falar acabaram por tirar um sorriso daquela face melancólica.
Os pais dela, depois de alguns minutos, tentavam dissuadi-la a me deixar em paz e eu, desesperado,quase de joelhos suplicando para que a deixassem continuar comigo. Conversei por mais alguns minutos e ela se foi com um lindo sorriso no rosto.
Refleti e cheguei a conclusões:
Uma pessoa que eu julgava ser especial estava fazendo-me sofrer, melhor, eu estava sofrendo por uma coisa que talvez nem a pessoa tivesse tido essa intenção e com certeza nem sabia de minha condição e uma menina, uma simples menina de quatro anos fez o meu ano muito melhor.
Um anjinho fez me sentir gente, uma conhecida me matara um pouco...
Descobri que a vida pode ser bem mais simples, nós é que dramatizamos e parecemos gostar de sofrer. Talvez isso tenha origem em nosso ícone, Jesus, que consideramos a sua maior virtude o que ele passou na cruz, bem longe de querer culpá-lo.
2007 passou longe de ser um mal ano, o problema é que eu achei que ele seria muito especial na minha vida e as expectativas não se concretizaram, melhor, foram bem adversas. No final verifiquei que fora um ano incrível, sem as lentes sombrias que eu analisara tudo ganhou outra perspectiva.
O ocorrido completa um ano e não resolvi o problema que afligira, mas também deixá-lo no passado seja talvez a melhor solução ou não, pouco importa.
Momentos assim acho que todos temos e acredito que ninguém está isento, só não sei se vocês teriam a graça de encontrar um anjinho como eu tive a felicidade de encontrar. Eu não sei se um dia eu teria a oportunidade de agradecer àquela menininha. Só sei que com toda sua alegria contagiante que carregava, não seria primordial em sua vida.
Obrigado Carol.

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