segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Discussões.

Numa conversa, o sujeito solta. Quem compra uma BMW pensando em status merece ser roubado. Nota, o sujeito possui uma. Questionei de imediato, qual seria o motivo justo para se comprar um bem que custa quase 50% a mais do que um similar de grife inferior?
Claro que fui ríspido e cheio de ironias, fato este que fez com que a resposta viesse regada de vitupérios e mágoas.
Fico a refletir e questionar a cena, uma vez que a pessoa se diz diferenciada da grande maioria que adquire uma BMW (isto é claro nas propagandas, caso contrário, o marketing da empresa erra totalmente o foco), tem sua opinião e modo pensar diferenciado. Por outro lado, não aceita uma discordância de sua posição.
Ou seja, ele discordar o faz ter direito de recriminar, desejar, quase sentenciar o outro consumidor a desgraça e miséria.
Óbvio que não aceita este tratamento com ele mesmo.
Nem digo que eu não possa cometer os mesmos erros do indivíduo em questão. Quem não deseja ou desejou em algum momento um bem de consumo que fosse o sonho médio da classe média?
Só digo que entendo mais quem compra um veículo caro com uma bagagem de glamour e autoafirmação do que quem luta contra os fatos.
Claro que em ambos os casos, o dinheiro é dele, o sacrifício é dele, porém me insita a reflexão de atos de uma luta contra o próprio desejo consumista.
Este caso é só mais um caso entre muitos que já presenciei, pessoas citando Karl Marx com uma paixão imensa e um desejo ufanista, dentro de um “The Fifties”...
Dizem alguns que as pessoas assim se alteram por não acreditar piamente no que defende ou, pior, tem valores internos contraditórios e acreditar e defender este ponto torna-se imprescindível para a manutenção de seu sono sagrado de cada noite.
Bom, já basta de tanto julgamentos...rs
Só sei que muitas e muitas vezes encerro a discussão, simplesmente deixando o assunto de lado, cortes diretos mesmo.

Pois, geralmente, isto leva a apelações e alterações no tom de voz. Encerrando de vez uma discussão saudável. Por isso que a internet veio em boa hora, pode-se manter discussões um pouco além do que se executa no “olhos nos olhos”.

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