terça-feira, 30 de outubro de 2012

Palmeiras - Quem Acredita ainda em Milagre?

Quando eu era apenas um menino, tinha vários cachorros em casa. Todos eram SRD( sem raça definida) gerados apenas por uma cadela que adotamos escondido de meus pais. Muito tempo se passou até meu pai descobrir e aceitá-la em nossa residência.


Ela deu crias, de uma cria outra cadela teve cinco filhotes. Um deles era bem pequeno e fraco. Se deixasse a natureza agir, o mesmo não duraria dez dias. Pois não conseguia se alimentar na disputa pelas melhores mamas. Ficava com as piores e fraco não conseguia sugar com vigor e passava fome.

Brincando de Deus, intervi pelo desfavorecido. Separava os demais para deixá-lo alimentar. Prática que abandonei, pois a fêmea ficava inquieta. Adotei o método de amparar e assegurar uma boa mama. Bloqueando os outros famintos de furtar o bico corpulento. Foi assim que ele praticamente igualou o tamanho com os demais e não foi mais necessário a minha intervenção.

Assim, aos poucos, fui adotando o cãozinho com muito carinho e orgulho pelo feito.

Anos após ali estava um vira- lata com um pelo longo e brilhoso. Seu rabinho sempre alto e enrolado. Parecia que ele tinha noção de sua beleza.

Um dia chegou a fatalidade, adoeceu. Diagnosticado com cinomose. Não fazia ideia do que era. Só tinha certeza que boa coisa não seria. Já que o veterinário recomendou ao meu pai que o sacrificasse.

Ficamos divididos e resolvemos pelo menos tentar a salvação.

Luta em vão. Dia-a-dia seu quadro piorava exponencialmente. Todo o esforço não resultava nada de positivo. Quando começávamos a aceitar seu destino e que o veterinário estava certo, ele faleceu. Tristeza misturada com alívio. Um sentimento muito estranho para uma criança sentir e entender.

2002, o Palmeiras a um passo do rebaixamento. Eu, já não mais criança, sofri da mesma forma. Do mesmo jeito quando via meu cãozinho definhar e eu impotente.

2012, a cena se repete. Caprichosamente dez anos após. Quando as feridas estavam cicatrizando e ulceram por mais uma vexatória e triste volta. O “Dejavu” é mais que uma impressão, a mais dura realidade alviverde.

Dos erros só podemos lamentar e aprender com eles. Infelizmente, parece que alguns homens são burros demais, arrogantes demais para aprender com eles e repetem com o primor e requinte dos mais amadores e incompetentes dirigentes de toda a nossa história.

Cair uma vez pode-se considerar um incidente. Duas, é o atestado do descaso e irresponsabilidade. Diferente da brincadeira dos “Sem Libertadores” que nos divertiram por anos a satirizar nossos rivais. Teve um fim ao adquiri-lo. O fim da nossa só dependerá se os rivais fizerem uma patifaria com a sua torcida de mesmo nível.

Ou seja, a humilhação só cessará independente de nós. Parabéns Tirone, Frizzo e Piraci. Jamais permitirei que esqueçam dos seus feitos.

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