segunda-feira, 1 de abril de 2013

Meu Anjo.

Quarta feira, final de expediente, fui primeiro treinar na academia para mais tarde reunir com amigos no bar. Pois na quinta, endoenças, não teria que comparecer ao trabalho. Pela lei seca com tolerância zero, fui de coletivo para voltar tranquilo para minha cidade.


Bom chego ao bar às 19:30 e já vou avisando que no máximo às 23:00 devo ir embora para não ter que dormir na rua.

Já chego e sou informado que o Palmeiras está perdendo por 1 a zero. Poxa, mal o jogo começou, parece que tudo vai ser bem complicado esta noite, vou beber ainda mais para esquecer as péssimas novas que devem vir da cidade distante de Mirassol.

Chega o momento da partida,. Como prometido vou acertando as contas e despedindo-me, saideiras, declarações afetivas, despedidas com desejos de boa páscoa e tenho que correr, pois já são 23:30 e o último trem parte para Santo André às 0:00h.

Com sucesso, chego a estação, cansado da maratona vou sentado. Grande erro.

Acabo pegando no sono antes de partir da estação da Móoca e só vou despertar quando, em alta velocidade, o trem sacode muito. Fico a observar pela janela e me localizar onde eu estaria. Tudo escuro e paisagem sem nenhuma familiaridade. Só tomo ciência de onde estou quando o sistema de som avisa “próxima estação Ribeirão Pires, desembarque pelo lado esquerdo do trem”.

Fico apavorado, olho o relógio e descubro que já são mais de 1:00h da madrugada...

Saio do trem e converso com o segurança que só me dá más notícias. Vou para fora da estação e vou a busca de um taxi ou coisa parecida. Cidade fantasma...

Depois de perambular por um tempo, encontro um bar aberto com as pessoas menos lúcidas deste planeta. Com muita dificuldade tento uma comunicação sem muito sucesso. Após muito tempo já quase certo minha pernoite pelas ruas da cidade, o cidadão vira para mim e diz que vai me levar até Mauá.

Não tem como eu olhar com certa desconfiança de tamanha generosidade. Totalmente embriagado o sujeito percebe e não demonstra indignado e diz que posso confiar que ele é rapaz trabalhador.

Meu instinto diz que o sujeito diz a verdade e também eu estou numa situação que não posso dar ao luxo de recusar qualquer tipo de ajuda.

Vou com ele, conversamos muito e no final o convenço a me levar até Santo André, coloco 20 reais de combustível no seu Siena e ele diz que está tudo bem, que se eu passar ali por Ribeirão Pires novamente, pode procurá-lo que todos ali o conhecem como Ricardão.

Engraçado que jamais imaginaria que um anjo poderia vir com aquela forma, bermuda arreada, barriga de fora, chinelo de dedo, óculos fundo de garrafa e respiração ofegante pelo estado de embriaguez.

Assim mesmo foi o anjo mais lindo e celestial da minha vida!

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