segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Palmeiras x Corinthians

Arnaldo era um sujeito que tinha um carro bem velho. Dizia que era primordial o custo/ benefício, pagar aquilo que realmente vale. Questionava e ridicularizava quem comprava um carro novo, na sua visão era ostentação e luxo desnecessário.


Só ele não enxergava que com seu carro velho, vivia nas oficinas com manutenções e, consequentemente, gastos imprevistos que pesavam em seu orçamento. Não podia contar com seu veículo velho para viagens longas ou para levá-lo em festas. Muitas vezes seu carrinho velho deixava na mão e aquilo que deveria ser algo prazeroso e só boas recordações, trazia sempre a lembrança de momento de humilhação e constrangimentos.

Chegou o dia em que o carro teve uma quebra irremediável. Esperada, mas Arnaldo se recusava a aceitar o fato e foi pego de surpresa, tentou vendê-lo para comprar um melhor. Descobriu que seu carro tinha baixa procura e teria que fazê-lo por um valor abaixo do que tinha pago. Sem contar as constantes manutenções que não são consideradas pelos olhos do comprador. Afinal, quem me garante que o conserto resolveu o problema e não seja um “vício” irremediável do veículo?

Amigos de Arnaldo debocharam de sua filosofia, mas, teimoso, comprou outro veículo bem rodado. Ignorando os conselhos e constatando o óbvio que o bom e barato estava, na realidade, saindo muito caro.

O oposto de Arnaldo era André, que adotou uma política questionadíssima por Arnaldo. A princípio pensava, se é para ter um carro ruim, prefiro não ter. Aguardar e adquirir um bom veículo que atendesse e pudesse confiar. Comprou um veículo novo quando pode e assim seu carro só visitava a oficina para as revisões rotineiras. Os gastos com o bem resumiam-se as previstas em seu orçamento, sem grandes surpresas. Com isso podia se planejar e trocar o veículo em tempo e sempre manter um carro que o levasse para viagens e festas sem temores.

Quando chegava a época de trocar de carro, sempre contava com um bom valor, pois o carro estava em bom estado e o comprador tinha certeza de que teria um bom tempo de alegria e poderia usufruir com tranquilidade.

Infelizmente não tenho como dizer e abrir os olhos de Arnaldo, que ainda está convicto que sua política de condução da vida está certa. Acredita ainda que foi somente um momento conturbado de sua vida, apimentada com mau olhado de alguns invejosos. Como posso mostrar para alguém que nega o óbvio e resiste em aprender com os fatos que estão claramente a sua frente? Como vou mostrar que aos olhos de todos ele é sinônimo de derrotado e André de um vitorioso? Que por isso mesmo André tem mais amigos e parceiros do que Arnaldo?

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