Manhã de trinta e um, acordo preguiçosamente com o aroma do assado da mamãe.
Deixo tudo pronto para a chegada dos primos. Bola, bicicleta, baralho,
brinquedos. Os apertos de minhas bochechas salpicados de elogios das tias. O
aninhar de exaustão até acordarem para a contagem regressiva. Momento de
experimentar um pouco de bebida alcoólica, um diminuto gole de champanha
consentido, sorvido com prazer e careta.
Algumas coisas mudaram por estas décadas que transcorreram desde então. A São
Silvestre passou da noite para a tarde e agora para manhã. Cuja qual agora faço
parte desta inimaginável loucura há poucos anos. A família cresceu, avós se
foram, primos cresceram, a festa dividiu-se, alguns outros faltam e fazem falta.
Nem o tradicional branco foi imutável, na época de "aborrecente" fiz questão do
negro.
Época de transgressões e rebeldia, menosprezava a data, era só uma data. Um dia
como qualquer outro.
Hoje, mais maduro, gosto da data. Tanto a valorizo que faço questão de comemorar
duas vezes no ano. A passagem do calendário Gregoriano, ocidental e o Lunar
Chinês. A propósito, lá se vai o ano do Dragão para a chegada da Serpente.
Assim, faço um uso mais sábio das datas. Aproveito para reunir com pessoas
queridas e relembrar das anteriores com muita risadas e saudosismo. Sempre citar
o Flavinho, primo que teve a felicidade de nascer no dia 1º e a brincadeira que
perdurou até que ele atingiu os 1,94m e mais de 100 kilos e elogiando o fato
dele não guardar mágoas, para a nossa sorte. Faço ainda uma retrospectiva da
minha vida, para contentar com meus acertos e aprender com meus erros. Desta
forma, planejar e projetar um promissor amanhã.
Emagrecer, iniciar uma prática esportiva e ser mais compreensivo e paciente. As
três promessas que sempre estiveram presentes, só falta a última.
Nenhum comentário:
Postar um comentário