Tarde da noite, não sei a que horas desperto com muita sede e vou até a
cozinha tomar um bom gole d’água. Com muito sono, olhos entreabertos pego um
como na pia e só percebo, após o erguer, que ele vem em pares e o debaixo
desprende-se antes que eu pudesse segurá-lo. Girando em direção ao solo, eu,
descalço, tudo para dar errado. Enquanto com o pé faço com que sua queda
retarde, troco o outro copo para a mão esquerda para com a direita(sou destro)
ter uma maior possibilidade de êxito em apanhar o “fujão”. Consigo, olhos
esbugalhados, respiração ofegante, mãos trêmulas, repouso um na pia enquanto
abasteço o outro no filtro.
Quanto tempo deve ter se passado? Frações de segundo, com certeza.
Isso foi a adrenalina. Não é incrível como ela rapidamente deixa as
suprarrenais cai na circulação, chega ao cérebro, o
desperta, além dos músculos e centros neurais e fazem com que tudo passe em
câmera lenta e dê tempo de raciocinar e avaliar uma situação que foi um pouco
mais demorada que um flash fotográfico?
A adrenalina é uma grande ferramenta em toda atividade física
competitiva. Ela te fornece lucidez, melhor visão, força descomunal. Era para
utilizar para sua sobrevivência, mas tirando um risco de ser atropelado aqui, a
queda de um objeto ali, ficou restrito a atividade competitiva.
Mas há de treinar e doutrinar suas emissões, ela também faz com que
muitos fiquem agressivos, outros paralisados de medo, outros deixam de
racionalizar seus atos. Sem dizer ainda os que bombardeiam demais em momentos
inoportunos e quando vem a sua queda na corrente sanguínea, gera moleza e
torpor.
No futebol, em um drible desconcertante, na luta, a esquiva com o golpe
certeiro e assim por diante.
Não tem fórmula mágica para ensinar a respeito, pois cada fisiologia é
própria, há a necessidade de se aprender a utilizá-la da melhor forma que é
própria e intransferível. Só um alerta para que se pense nela, toda vez que
estiver treinando e compreender sua utilidade e como acioná-la quando for
desejado.
Bons treinos.
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