Adolph, sujeito pacato com um
trabalho tanto quanto, é despertado pela esposa antes do sol pedir licença a
adentrar em seu quarto, avisando que o lindo dia de domingo aportara. Confuso,
sem ter ciência do que está acontecendo até lembrar que, hoje, é aniversário de
seu rebento. Poderia dormir preguiçosamente até bem mais tarde, só que este
fará um sacrifício em prol do seu garoto. Acorda, vai correndo atrás da carne
para o churrasco, a lista com nomes desconhecidos de ingredientes que sua
patroa colocou num pedaço de papel e ainda tentar desviar das esquinas onde
estão inseridos bares cheio de amigos, loucos para contar as novidades do
mercado tecnológico automotivo e o jogos da rodada.
Volta umas quatro vezes, pois
esquecera de itens, outros foram enviados os que não prestavam. “A farinha de
trigo tem que ser sem o fermento”, a justificativa seria mais inteligível se
fosse dita em aramaico, mas, enfim, Adolph decora os dizeres e o repetirá ao
dono do mercado com a esperança de que o mesmo saiba o que diabos significa.
Já exausto de seu calvário aquisitivo,
chega e nem tempo para pensar em descansar. Tem que acender a churrasqueira,
preparar a carne, arrumar as mesas, ajudar a encher os balões, colocar as
bebidas no gelo, levar as cadeiras para a sala. Não cumpre metade das tarefas e
a campainha já começa a tocar, os pais, com um sorriso bobo de alforria na
cara, vão largando seus queridos filhotes para buscar no final da tarde.
Em meio a este caos, cansado, com
fome e sede, vai pegar uma gelada e sua esposa o alerta que acabou os
refrigerantes, pede que saia para buscar mais alguns, sem antes abastecer a
mesa com as carnes, pois a molecada estão em estado de fúria.
“SINCRONICIDADES”, grita. A
mulher não entende e o questiona, “NADA” é a resposta de Adolph.
Na festa, cheio de amáveis
crianças, há uma em especial, um garoto que come só a metade de tudo e o resto
joga no chão, grita de forma estridente, sobe no sofá com os pés imundos e é o
que incita os demais as maiores diabruras e fica uma nítida sensação de que o
intuito é demolir a os móveis, a casa e sua paciência. “SEMENTINHA DO MAL” é o
único adjetivo que passa pela sua mente.
Após o clichê, “parabéns a você”
se desenha o fim de todo o sofrimento e o último a partir com a hiperatividade
semelhante a chegada, é o diabinho que continua a sua busca para destruir o que
resta de sua casa. Fica a questionar filho de quem deve ser o pestinha.
Eis que chega a sua porta o dono
da besta fera, é o seu Isaac, seu contador...
Foi assim que realmente começou a
Segunda grande Guerra...
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