quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Barcos 3 x 0 Fluminense.

Todo jornalismo esportivo: Disparado, Barcos, foi o melhor jogador da partida.


Quando estava no Palmeiras ele era apenas uma lâmpada que cintilava na escuridão, agora em outro clube, ele é a estrela máxima, o rei sol. Assim é a imprensa do futebol...

Assistir o noticiário esportivo, ontem, trouxe um sentimento de tristeza que tinha certeza que viria, pois El Pirata é muito melhor do que dizem e com parceiros melhores o seu desempenho seria terrivelmente superior. Esta dor soava familiar. Creio que no peito de muitos palmeirenses também. Remexendo “as gavetas das minhas dores” encontro um momento que acredito ser a melhor analogia a este sentimento.

Um sentimento por uma mulher, não é o que eu sinto pelo argentino, bem longe disto. Na condição de instituição Sociedade Esportiva Palmeiras, como parte do meu ser.

Havia uma garota linda, alegre, feérica em que tudo, ao seu lado, parecia mágico. Nossos olhos brilhavam a cada encontro, as conversas fluíam como as águas de um riacho, risadas e o prazer do convívio era ostensivo e ululante. Já nos despedíamos ansiosos pelo próximo encontro, nada mais perfeito poderia sequer imaginar.

Claro que pelo momento que descrevo o meu mundo de devaneios logo se transforma num verdadeiro furacão que leva a pique toda minha felicidade.

Como em toda história de relacionamentos de finais não felizes para o interlocutor, havia uma trama em que envolvia uma terceira pessoa que também era querido pela menina.

Desconheço a origem e nunca fez parte da minha curiosidade descobrir de onde veio sua riqueza (pelo meu parâmetro e de muitos outros). Luta desleal com um pobre assalariado em que tentava agradar com um simples bichinho de pelúcia enquanto ganhava joias de grife; convidava para ir numa cantina de uma família tradicional italiana escondida e ele aos melhores e badalados restaurantes de São Paulo; eu a um passeio de moto até Campos e ele num final de semana em Huilo-Huilo.

Hoje, na verdade tinha ficado no ontem até então, tento imaginar ele chegando em sua casa para sair, nunca consegui pois cada vez que o via o carro era outro que parecia ter saído da fábrica.

Assim é que eu me sinto, impotente diante o fato de que o Barcos, como foi com a minha amada, escolheu o que era melhor e está feliz. O Palmeiras só é uma carinhosa lembrança que será lembrada, ou não. Assim como a garota, evitará falar, de citar qualquer coisa que remeta ao passado de glórias e privações pretéritas. Nos dois casos fica a mágoa e a raiva de avaliar que pouco ou nada posso fazer diante da dura realidade.

Tentar dizer que são pessoas superficiais e materialistas e o meu lado racional dizer que todos o somos. Amaldiçoar o Hernán e o ser de pura candura, e deter-me por saber que, se uma filha minha fosse, aprovaria sua escolha. Afinal dizer que foi só o dinheiro é o que o nosso orgulho quer que acreditemos para amainar a suposta rejeição, tirando as qualidades do outro e do Grêmio que possuem.

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