quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

ZIKA.

Acordo para o trabalho e está chovendo muito como poucos dias ocorrem, mas hoje, claro é especial.


Vou ao ponto, pela chuva e a quebra de um ônibus anterior ao que eu pego, e o coletivo lotado e abafado com seus vidros fechados.

Já chego a estação do Metrô, ciente que com o mal tempo eles estarão com velocidade reduzida e maior tempo de parada, quase desafiando as leis da física onde corpos quase se fundem.

Desço na República e sei que ainda terei uma bela caminhada molhada até a chegada no local de trabalho.

Penso em relaxar antes de iniciar minha jornada e percebo que o clima afetou mais uma vez a internet e parece que deve ter afetado todo o bairro, deve demorar.

Paro tudo, respiro profundamente, meus olhos dirigem-se para o infinito como pudesse ver o que há além do teto branco de minha sala e exclamo.

Se eu fosse mais egoísta, poderia dizer que mal lhe fiz para merecer tal castigo no dia de hoje. Por ser uma pessoa sensata, não teria a presunção de achar que o inefável prejudicaria o dia de milhares tão somente para me prejudicar.

Tenho a certeza ainda de que por mais malévolo e merecedor das mais duras penas imagináveis, jamais teria sentido que o Senhor Supremo Absoluto destinaria um único segundo de seu tempo para dar atenção a mim, um Zé ninguém perdido num planeta minúsculo de um sistema solar de quinta grandeza.

Por isso eu sei que isso é o acaso agindo sem ser bom ou ruim. Simplesmente existindo e prosseguindo sua ação e causando consequências sem julgamentos e muito menos punições.

Assim prossigo meu destino, agindo conforme minha consciência permite, buscando aproveitar o máximo e o melhor que a minha vida pode oferecer. Pregando a solidariedade não por temor mas por achar certo e prazeroso.

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