terça-feira, 28 de agosto de 2012

Homossexualidade/ afetividade - O Antigo Muito Novo.

Ontem, fui fazer musculação como já faz parte da minha rotina. Vivi um dos meus vários momentos homo na vida de um hetero, só que desta vez pouco graça teve e trago a reflexão de todos.


Um colega de condicionamento começa em enveredar pelo assunto, de princípio pensei “pronto, mais um que vai se declarar”. Esquivei do assunto partindo ao papo de interesse comum que era futebol do fim de semana e as corridas de rua, que ambos compartilhamos pelo gosto. Sem sucesso ele retornou ao assunto e solta uma frase com um certo pesar “é duro a realidade dos gays e principalmente dos PAIS que vivem este drama”. Foi neste momento que percebi que o caso era seu filho e percebi que queria falar a respeito comigo.

Primeiro, deixei ele falar, contar que um belo dia o filho vem sério pedindo para conversar com ele e sua mãe. Pensam em outros dos mil problemas que um adolescente( nem tanto, 20 anos) deve ter, escola, estágio, mulheres... Veio o choque, a perda de chão. Sem politicamente correto, sem meias palavras algumas das muitas coisas que os pais projetam( certo ou errado) acabam quando um filho diz ser homoafetivo.

Um breve intervalo em seu discurso, percebo que é a minha deixa para tecer o meu comentário. Falo que antes de qualquer coisa gostaria de saber mais a posição, seus valores e conceitos religiosos. Percebo que ele ainda é resistente ao assunto, não compreende.

Falo que só posso entender seu drama pelo fato de ter filhos e saber que o menino vai sofrer e muito perante a sociedade( já foi pior) e com certeza vai contra o nosso desejo de felicidade plena que temos pelas proles. Além desta experiência digo que conversei muito com um amigo gay e uma amiga bi, que namorou firme outra garota que inclusive apresentou aos pais.

Falei dos erros dos outros pais perante o fato, dos erros dos filhos como reagiram diante de algo tão novo e total despreparo que qualquer pai teria sobre este assunto.

Meu amigo teve uma boa educação e praticamente tomou todas as decisões certas, foi franco, disse o que pensa, o que não entende, acolheu e ofereceu apoio – contrariado ainda com o que não entende.

A parte que tentei mudar seu conceito foi de como esta lidando, como um drama, uma tragédia. Voltando a ideia de que queremos o melhor aos nossos filhos, dentro do possível ele está feliz com sua escolha. Ainda mais nos dias de hoje com até lei contra a homofobia, ficou bem mais fácil a vida dos homossexuais e homoafetivos( eu separo pra sigla GLBTT ficar maior ainda!rs).

Só que percebi um certo ar de “como encarar os amigos”, parentes. Enfim, a parte egoísta que todo mundo tem, que o seu menino, motivo de tanto orgulho, agora, me envergonha. Sua mulher está pior, pois já tomava alguns antidepressivos e piorou desde então. Falei muito a respeito com cuidado, infelizmente numa seção de musculação não teria como aprofundar em um assunto assim. Coloquei a disposição de um dia com mais tempo conversarmos mais e tentar mudar alguns conceitos e até buscar uma ajuda profissional.

Bom, terminei mostrando minha solidariedade e pensando no quão é ainda um assunto novo para todos e políticos querendo só se promover em prol de minorias oprimidas.

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