segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Humor: Momentos Homos na Vida de um Hetero II.

Outro causo que ocorreu comigo, envolvia o meu cunhado. Minha mãe estava protelando a compra de um colchão novo para sua cama e isso já fazia quase um ano. Ela estava determinada e no dia em que ela iria comprar surgiu um imprevisto. Impossibilitada de sair e decidida a não mais dormir no seu velho colchão ela solicitou que eu fosse. Pediu para o meu cunhado acompanhar e ajudar, caso tivesse que carregá-lo até a pick-up.
Lá estávamos eu e meu cunhado na loja de colchões e o vendedor muito solícito estava mostrando a sua grande variedade de modelos e preços. Eu ali analisando sem muito interesse, apesar de ser para a minha querida mãezinha a gente não cuida muito e só olha a parte prática e objetiva do produto.
Em certo momento o vendedor diz que "nós" gostaríamos de um determinado modelo e que o mesmo era muito durável.
Nesse momento eu fiquei meio cabrero com o comentário do cidadão, pois desde que cheguei ali deixei bem claro que o colchão era para os meus pais. Comecei a prestar mais atenção em suas palavras do que nas qualidades dos colchões e nos preços. O meu cunhado parece que não havia reparado na forma como o vendedor estava encarando o cliente.
Logo depois dessas observações eu reparei que o vendedor usa novamente a expressão "nós" e interrompi o seu discurso e expliquei bem explicado que, como havia dito anteriormente, o colchão era para os meus pais. A reação do vendedor foi a pior possível, deu a impressão de que ele havia pensado que "essa é a desculpa que sempre um casal gay usa". Neste momento surge um grande dilema. Se eu fico mais irritado com o vendedor e vou para outra loja, fica a impressão de que o casalzinho foi pego e agora, envergonhado, se retira. Mas ficando, se fingindo de palmeira ao vento, parece que a gente não liga para o fato. Algo como: "somos mesmo e daí?" Olhei para o meu cunhado que diante o meu diálogo com o vendedor finalmente percebeu o pré- julgamento efetuado pelo mesmo. Como ele pareceu não ligar para isso, acabei descidindo por levar na brincadeira. Também nem conhecia mesmo o vendedor e bem provável que nunca mais o veria, portanto optei por comprarmos o colchão ali mesmo e dar o fora.
Na saída eu falei para o meu cunhado: "será que o cara pensou algo do tipo: lá vai o casalzinho estrear o colchão novo". Ele deu risada e eu também. Assim acaba mais uma saga deste hetero que passa por muita confusão.
Aprendi um outro lado do meu cunhado que até então eu desconhecia. Achava que ele não admitiria ser confundido em sua orientação sexual. Ele acabou levando o incidente bem melhor do que eu, confessso.

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