terça-feira, 28 de julho de 2009

Faith

Estou no ônibus pois o tempo não está ajudando a andar de motinhu.
Em plena avenida ele começa a parar e nitidamente involuntário a vontade do motorista. Ouvi um ruído que pareceu como um sopro agudo vindo de baixo. Tenho certeza que foi a perda do sistema de ar que é utilizado para acionamento de várias coisas nesse veículo e uma delas o sistema de freio. Quando se perde a pressão deles, há um sistema de segurança que trava as rodas para que o veículo não fique desgovernado. Espero mais um pouco e fico a prestar atenção as ações do motorista. Ele engata uma marcha e percebo que o mesmo traciona mas totalmente impossibilitado de andar. Começo a balançar a cabeça e conduzo para a saída mais próxima.
Nesse instante percebo que um sujeito está a me observar e sua cara acusa que percebera que eu estava a avaliar e curioso para saber como e o que eu sei sobre a situação vou lhe informando com detalhes técnicos de que possuo.
Muitos ali estavam torcendo para que tudo desse certo e o condutor conseguisse contornar a situação que nos encontrávamos. Alguns desses ficaram céticos à espera de um milagre que para mim não viria.
Após alguns minutos o motorista anuncia que realmente não há como proseguir e devemos esperar o próximo que deve estar para passar dentro em breve.
O sujeito que eu expliquei o nosso panorama agradecido por antecipar o fato e deixar mais rapidamente e conduzir ao próximo. Havia ainda outros que me olhavam como se tivesse culpa do ocorrido.
As pessoas que desconhecem um fato se agarram no abstrato e confiam estáticas a uma força invisível e na real seria um senhor milagre se essa força viesse e consertasse a mangueira rompida. Seria também mais fácil ter ido até o chefe dos mecânicos e avisado para verificar o estado do sistema de ar. Mesmo quando o fato se consuma e mostra que suas esperanças eram infundadas, preferem a rispidez à aceitação. Ao final todos desceram e em um ponto concordavam que o outro era melhor, pois está funcionando.
Tudo isso para fazer uma analogia com seguidores de algumas religiões. Sem "privilégio" de qualquer créduo. Vejo muitas vezes as pessoas se agarrarem aos seus dogmas e uma cegueira total a fatos sem ao menos analisar o novo para se refletir.
Portanto, eu te pergunto:
- Em que estágio está a sua fé?
Eu acredito que um dia devemos deixar de nos apoiar em "ismos" e construir o nosso próprio caminho, sem renegar e utilizar tudo que aprendeu até então. Ninguém deve largar aquilo que satisfaz plenamente seus anseios, só deve estar aberto para tudo inclusive para dizer que o que eu tenho ainda é o melhor e saber a hora, sem apegos, quando chega o momento de seguir em frente.

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