sábado, 20 de junho de 2009

Nossos Medos

Estava lembrando de um fato que ocorrera há mais de dois anos.
Quando fui chamado pela Infraero para uma entrevista prévia para o curso de formação e toda a cerimônia de apresentação que a equipe de Recursos Humanos planejara para os novos candidatos.
Foi uma experiência incrível e sedutora mas racionalmente tive que recusar, pois a chance remota de eu acabar onde realmente queria e os sacrifícios pedidos foram altos demais. Culpa do acidente do voo 1907 da Gol com o Legacy. Pois o curso seria bem mais longo para todos os cargos depois do ocorrido.
Bom, sonhos que voltam e traz reflexões, claro. Mas o assunto aqui é outro.
Quando entrei na sala e já estava atrasado fiquei estático olhando a cena que presenciei e fez pensar e muito.
Haviam aproximadamente vinte e cinco pessoas num local que caberiam confortavelmente sentadas quarenta pessoas.
Mas estavam todos amontoados em um canto enquanto uma pessoa solitária estava no outro extremo. Olhei a cena e questionei, coisa de frações de segundos até perceber o que estava acontecendo.
A pessoa que estava isolada era muito...extremamente...absurdamente linda. Loira de olhos verdes e traços delicados, quase angelicais se não fosse o "sex appeal" ostensivo.
Olhei para os demais todos ali apertados de um lado da sala, a maioria de homens e algumas garotas.
Pensei:
Os homens, pelo flagrante apelo sexual, ficaram inibidos de sentar próximo da garota e ficar evidente segundas intenções e as outras garotas temeram sentar ao seu lado e serem comparadas com a diva encarnada.
Depois da minha breve constatação, caminhei em direção da mocinha. Sentei ao seu lado e disse em tom irônico: Olá, você não tem nada assim contagioso?
Ela entendera e respondeu: Pelo jeito eu tenho e não sei.
Conversei um pouco, descobri que seu nome era Rebeca(nome que me desculpem mas não acho bonito) e entre algumas informações a que fez eu exclamar(mentalmente) foi o fato dela ter passado em quinto lugar e eu no meu mísero vigésimo sexto.
A exclamação foi a de que "Definitivamente Deus dá asas para cobras, sim".
Mais tarde, durante o "coffe break", vieram perguntar e respondi algumas mas depois disse que perguntassem pessoalmente.
Sem vergonhices à parte, tirei algumas conclusões:
1. Nerds são mesmo muito estranhos.
2. Meninas nerds são bem melhores(só faltava eu achar o contrário), fiz amizade com duas e eram bem mais..."normais" que os rapazes.
3. Alegria de Nerd dura pouco, todos felizes de ter muito tempo ao lado da Rebeca no curso de formação que foi em São José dos Campos e já imaginavam como coleguinhas dela e veio a notícia que o pai vetara veementemente sua ida e ficar quase um ano fora de casa.

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