quinta-feira, 11 de junho de 2009

Violência Urbana

Outro dia envolvi em uma discussão em que muitos defendem a morte aos assaltantes. A velha conhecida de muitos que é "Bandido bom é bandido morto". Não concordo com ela nem um pouco, pois considero uma visão simplista demais.
O problema que leva um sujeito a enveredar por este caminho é mais complexo do que ser pura má índole do cidadão.
Disseram que eu era um mauricinho que nunca passou por uma situação assim. Essa é a visão deturpada de quem sofreu violência do gênero, achar que todos vão reagir como ele diante da situação.
Uma vez foram pegos em flagrante os que subtrairam o meu veículo e ali estava na delegacia vítimas, assaltantes e familiares.
A mãe em seu teatro de que será dessa vez enérgica com seu filho degenerado e pedindo para que a queixa fosse retirada se seu pobre garoto.
Enquanto eu explico que crime é o estado contra o malfeitor - descumpridor das leis - e não há nada mais que eu possa fazer( competência da promotoria mover ação penal pública incondicionada) do que cumprir meu dever de cidadão, observo o outro filho que a acompanha olhando a arma na mão do cabo, instrumento da coação sem nenhum traço de surpresa.
Analisei a cena e vejo que é difícil alguém inserido naquela realidade não acabar no caminho que está. Coração apertado de saber que ele teve poucas chances de escolher outro que consideremos digno.
Pena?
Não sinto por ninguém pois é um sentimento horrível que ninguém deseja que alguém sinta conosco. Pelo menos quem possui um mínimo de caráter.
O problema é antigo e passa pelo descaso de todos. Sem valores morais ou uma boa base familiar não há o que se cobrar de alguém assim.
Fui vítima de seus problemas, de seu caminho para preencher suas necessidades. Vis ou urgentes não sei e jamais saberei.
Mas considero ser parte algoz por não cobrar de nossos governantes uma maior atenção e tratar do problema da desigualdade com seriedade que a situação pede e todos negligenciamos.
Senti um tanto impotente mas fiz o que era o certo e não omiti a minha obrigação de seguir os trâmites legais e colocar aquele homem diante de um tribunal e seu destino ser selado pela sentença de um juiz.
Isso faz anos e ainda isso tira muitos momentos de reflexão deste outro ser humano vivendo na insanidade materialista que o envolve.
Tende piedade de nós.

Nenhum comentário: